quarta-feira, 30 de abril de 2014

Os Ricos e o Reino de Deus - O jovem rico


Mateus 19.16-22
16. E eis que se aproximou dele um jovem, e lhe disse: Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna?
17. Respondeu-lhe ele: Por que me perguntas sobre o que é bom? Um só é bom; mas se é que queres entrar na vida, guarda os mandamentos.
18. Perguntou-lhe ele: Quais? Respondeu Jesus: Não matarás; não adulterarás; não furtarás; não dirás falso testemunho;
19. honra a teu pai e a tua mãe; e amarás o teu próximo como a ti mesmo.
20. Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado; que me falta ainda?
21. Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, segue-me.
22. Mas o jovem, ouvindo essa palavra, retirou-se triste; porque possuía muitos bens.


LOCALIZE-SE:

Em nossos encontros falamos sobre alguns aspectos importantes do relacionamento de Jesus com os “ricos”. Vimos por exemplo:
1.        A riqueza é relativa – O que representa riqueza para uns não necessariamente é para outros;
2.       Jesus condenou o ‘amor ao dinheiro’ – Aprendemos aqui que: pessoas de menor renda podem amar ao dinheiro como mais intensidade que pessoas ricas;
3.       O dinheiro proporciona expectativas diferentes – Vimos que as condições financeiras podem deixar as pessoas com necessidades diferentes colocando-as em níveis de expectativas diferentes. Aquilo que muitas vezes classificamos como “frescura e metidez” são na realidade a dependência de comunicação diferenciada;
4.      A riqueza tem um propósito -  Aqui vimos que ‘ter’ tem muito com o tema ‘socorrer’. Nosso dinheiro deve ser visto como um instrumento de justiça.

Agora nos encontramos com este personagem tão interessante – O jovem rico. Vamos aprender com ele.



“O jovem rico” é apresentado na Bíblia como alguém muito interessado em Jesus. Para percebermos essa verdade, basta ver como ele se mostrou em outra passagem bíblica, quando Jesus está sendo levado ao Gólgota (monte da caveira).

Marcos 14.48-52
48. Disse-lhes Jesus: Saístes com espadas e varapaus para me prender, como a um salteador?
49. Todos os dias estava convosco no templo, a ensinar, e não me prendestes; mas isto é para que se cumpram as Escrituras.
50. Nisto, todos o deixaram e fugiram.
51. Ora, seguia-o certo jovem envolto em um lençol sobre o corpo nu; e o agarraram.
52. Mas ele, largando o lençol, fugiu despido.

Os indícios arqueológicos e históricos apontam que esse “jovem despido” é o mesmo “jovem rico” da outra passagem. E ainda, que se trata do “amanuense” (copista) do evangelho de Marcos.
Isso aponta para uma pessoa que demonstra de forma bem intensa seu interesse pelos ensinos de Jesus ou até mesmo, por Jesus.
Algumas características desse “jovem rico” ou “João Marcos”:

A.      Era aplicado no conhecimento da Bíblia – É claro sua dedicação à leitura da Bíblia. Quando questionado por Jesus ele disse: “Tudo isso tenho guardado”. Era grande observador das Escrituras.
B.      Era admirador de Jesus – Seu interesse por Jesus é claro. Ele pergunta a Jesus ‘sobre suas condições para segui-lo’ e é desafiado a deixar sua riqueza. Ele desejava seguir a Jesus. Aqui há algo recorrente em nosso tema – ricos interessados em seguir a Jesus. Não é verdade que ricos não precisem de Cristo ou que não tenham qualquer interesse em sua mensagem. Muito pelo contrário!

Mas, talvez, a grande lição que aprendemos desse jovem rico seja o fato dele ‘se entristecer ao perceber que seu amor pelo dinheiro poderia impedi-lo de ganhar o reino de Deus’. Quantas vezes o coração pode nos pregar essa peça? Sabemos bíblia, somos interessados, mas, ‘por favor, não mexa em meu bolso!’
Alguém já disse: “se você quer perder um amigo, peça dinheiro”. Como isso é real! Como o dinheiro pode ter esse poder! O dinheiro quase se torna ‘uma entidade’, ‘um amigo íntimo’, ‘uma senha para fechar portas e encerrar amizades’.
Aquele jovem tinha seu coração na ‘riqueza errada’. Às vezes não compreendemos que quando não somos capazes de nos ‘desprender do dinheiro isso denuncia um apego perigoso’.
Na outra lição vimos que ‘nossa riqueza tem um propósito’. Esse propósito trabalha em muitas esferas, uma delas é ‘a esfera do reino de Deus na terra’, a chamada: Igreja militante. Muitas vezes é difícil compreender que “Deus queira dinheiro” (força de expressão)... Mas Ele usa sim esse recurso!
O próprio Jesus ‘recebia ofertas’ e as colocava em uma bolsa que era responsabilidade de Judas Iscariotes:
JOÃO  12.6
“Ora, ele disse isto, não porque tivesse cuidado dos pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, subtraía o que nela se lançava.”
JOÃO  13.29
“pois, como Judas tinha a bolsa, pensavam alguns que Jesus lhe queria dizer: Compra o que nos é necessário para a festa; ou, que desse alguma coisa aos pobres.”
Quantas pessoas fazem como o jovem rico dessa história? Quando Deus requer seus recursos para socorrer sua obra... Fogem de Cristo e da Igreja!
É exatamente este o tema aqui – “O jovem rico sentiu-se impedido de seguir a Jesus por não aceitar que Jesus usasse seus recursos da forma que lhe aprouvesse”.
Muitas, não poucas, muitas pessoas não são capazes de seguir a Jesus por que lhes será cobrado o dever com o reino de Deus.
Pense comigo! Se o reino de Deus não é material. Se o reino de Deus é espiritual. Se Deus não necessita de nada. Por que ele mesmo pediria dinheiro?

HEBREUS   7.5
“E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar os dízimos do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que estes também tenham saído dos lombos de Abraão”

Se não para descobrir ‘onde está o coração do homem’...

MATEUS  6.21
“Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.”

Se não para descortinar a ‘fidelidade do homem’...

LUCAS  16.10
“Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; quem é injusto no pouco, também é injusto no muito.”

Se não para descobrir o “nível de envolvimento’ com o reino de Deus...

PROVÉRBIOS   3.9
“Honra ao Senhor com os teus bens, e com as primícias de toda a tua renda.”


A igreja, por mais séria e desvinculada que esteja do ‘modismo capitalista’ que tem penetrado nas igrejas moderna, não pode negar que ‘dinheiro é um assunto bíblico e espiritual’. E quem não aceita isso pode estar fechando a porta de salvação em sua vida.
De fato – Deus não precisa de dinheiro e o homem tem abusado desse recurso bíblico. E isso não bonifica ou abona aquele que se esquiva do seu dever como cristão de abençoar o reino com seus recursos.

MALAQUIAS   3.8
Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas.”

Alguém já teria dito: “Não há uma ordem no Novo Testamento para dízimos e ofertas”. Isso em dias onde  o tema é assunto de escândalos eclesiásticos soa bem aos ouvidos de alguém que quer solucionar o problema. Mas não é argumento forte o suficiente para descaracterizar o ‘hábito de dízimos e ofertas” como bíblico. Vejamos porque.
1.        Os intervalos de tempo de ordens de Deus para dar ofertas e dízimos no Velho Testamento eram grandes. Deus teria dado esta ordem com a saída do povo do Egito e repetido a ordem mais de mil anos depois com o retorno de Judá para terra prometida;
2.       As ordens de Deus obedecem o critério de ‘necessidade’. Os intervalos para pedir dízimos a Israel e Judá mostram bem que durante longo tempo ‘não houve necessidade de repetir a ordem uma vez que ela era obedecida’;
3.       O fato de não encontramos uma ‘ordem direta’ no Novo Testamento não extingue o dízimo, mas mostra que ‘dar a ordem não era uma necessidade em uma comunidade acostumada a seguir a ordem do Velho Testamento;
4.      O Novo Testamento não é uma ‘nova fé’ que desabona a ‘velha fé’ no Velho Testamento. Sabemos que os cristãos primitivos seguiam os hábitos do Velho Testamento e isso perdurou em todo período da Igreja chamada “primitiva”. O fato deles não transcreverem o dízimo como regra mostra que seguiam hábitos antigos, não havendo necessidade de ‘criar novos hábitos’;
5.       O dízimo ‘não é lei’ mais sim ‘ordenança’ ou prática cúltica. Logo, não era visto como imposição mais sim como compromisso de fé.

Embora haja toda essa situação não podemos desprezar o grande ensino que os dízimos e ofertas podem deixar para a Igreja Cristã. Quando Jesus sugeriu a doação dos recursos do jovem rico para socorro daqueles que seguiam a Jesus e passavam necessidades, o Senhor, na realidade provava o coração daquele jovem da mesma forma como ‘corações são provados com os dízimos e ofertas’ nos nossos dias atuais.
Alguns carregam a desculpa de que “ há muitos aproveitadores nas igrejas cristãs”. Embora isso seja verdade, vale à pena lembrar que ‘a inclinação para o dinheiro não é um mérito apenas de ímpios, mas de crentes em Jesus’. Basta olhar para o ‘tesoureiro’ do grupo de Jesus – Judas Iscariotes. Ele era um homem com coração no dinheiro.
Nosso grande desafio, quando falamos de dinheiro é entender a necessidade de colocar nosso coração na riqueza certa.
Tente responder a isso:
·         Você abriria mão de seu dinheiro para seguir a Jesus?
·         Você deixaria que Jesus determinasse o destino do seu dinheiro?
·         Seu dinheiro pode estar a serviço de Deus?
·         Seu dinheiro pode servir a Igreja de Cristo?
·         Você daria seu dinheiro para uso em obras eclesiásticas?


Se você se entristecer com qualquer uma dessas respostas, então você pode dar as mãos ao ‘jovem rico’. O dinheiro é um impedimento para você se achegar a Deus. Ainda que religiões relativistas tenham seduzido você, o que vale é aquilo que Deus disse na Bíblia.

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