Mateus
19.21-27
21. Disse-lhe Jesus: Se queres
ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro
no céu; e vem, segue-me.
22. Mas o jovem, ouvindo essa
palavra, retirou-se triste; porque possuía muitos bens.
23. Disse então Jesus aos seus
discípulos: Em verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no reino dos
céus.
24. E outra vez vos digo que é
mais fácil um camelo passar pelo fundo duma agulha, do que entrar um rico no
reino de Deus.
25. Quando os seus discípulos
ouviram isso, ficaram grandemente maravilhados, e perguntaram: Quem pode,
então, ser salvo?
26. Jesus, fixando neles o olhar,
respondeu: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível.
27. Então Pedro, tomando a
palavra, disse-lhe: Eis que nós deixamos tudo, e te seguimos; que recompensa,
pois, teremos nós?
Já
falamos algumas verdades sobre “o rico
e o dinheiro”. Lembra?
1.
Nossa cultura de terceiro
mundo subdesenvolvido nos dá a idéia de que “os ricos oprimem”. Isso nos
condiciona a pensar que são os ricos, agentes opressores do inimigo.
2.
O dinheiro tem sido razão de
desavenças no Brasil desde o Brasil colônia. Onde nossas riquezas eram
exploradas e o povo era (e é...) abandonado.
3.
A má divisão de renda
favorece uma “descriminação” social de ambos os lados.
4.
“O amor ao dinheiro é a raiz
de todos os males”. Quem de fato ama o dinheiro? O rico? Isso ficou claro.
5.
Nossa percepção de “rico”
pode ser distorcida. O próprio “rico” aos nossos olhos pode ser “normal” aos
seus próprios olhos. Conforto é riqueza?
Bem! O fato de Jesus ter mostrado que “riqueza”
pode corromper o coração do homem tornando-o “amante desse mundo e de suas riquezas” não deve ser visto como “motivo para entendermos que a igreja
pertence aos pobres”, ou ainda, que “a
igreja tem como principal alvo os mais humildes”. Isso fica bem claro
quando lemos a “declaração de amor de
Deus” no evangelho de João.
João 3.16-18
16 Porque Deus amou o
mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo
aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
17 Porque Deus enviou o seu
Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o
mundo fosse salvo por ele.
18 Quem crê nele não é julgado;
mas quem
não crê, já está julgado; porquanto não crê no nome do unigênito
Filho de Deus.
Deus ama sua criação. A própria “riqueza” pode (em algumas situações bem
específicas) ser um instrumento de Deus para demonstrar sua aprovação a alguém,
ou retribuição a alguém ou até mesmo promoção de alguém. Claro – a maior
promoção e reconhecimento de Deus é a vida eterna. Mas, a riqueza também é uma
forma de bênção e recompensa de Deus.
GÊNESIS 12.3
“Abençoarei
aos que te abençoarem, e amaldiçoarei àquele que te amaldiçoar; e em ti serão
benditas todas as famílias da terra.”
GÊNESIS 26.3
“peregrina
nesta terra, e serei contigo e te abençoarei; porque a ti, e aos que
descenderem de ti, darei todas estas terras, e confirmarei o juramento que fiz
a Abraão teu pai.”
SALMOS 132.15
“Abençoarei
abundantemente o seu mantimento; fartarei de pão os seus necessitados.”
II CRÔNICAS
9.22
“Assim excedeu o rei Salomão todos os reis da terra,
em riqueza e em sabedoria.”
DEUTERONÔMIO 8.18
“Antes te
lembrarás do Senhor teu Deus, porque ele é o que te dá força para adquirires riquezas;
a fim de confirmar o seu pacto, que jurou a teus pais, como hoje se vê.”
Assim, a pobreza não deve ser nosso alvo, como se a vida espiritual
alcançasse seu ápice na completa abstinência de bens materiais. Se fosse assim,
algumas promessas de Deus seriam estranhas e desconectadas, como:
ISAÍAS 1.19
“Se quiserdes, e me ouvirdes, comereis o melhor
desta terra.”
Na realidade, Jesus teve discípulos e seguidores bem ricos e abastados. E
podemos tirar lições valiosas de cada um deles. Hoje vamos buscar um exemplo em Nicodemos.
João 19.39-41
39. E Nicodemos, aquele que
anteriormente viera ter com Jesus de noite, foi também, levando cerca de cem
libras duma mistura de mirra e aloés.
40. Tomaram, pois, o corpo de
Jesus, e o envolveram em panos de linho com as especiarias, como os judeus
costumavam fazer na preparação para a sepultura.
41. No lugar onde Jesus foi
crucificado havia um jardim, e nesse jardim um sepulcro novo, em que ninguém
ainda havia sido posto.
Nicodemos aparece na história de Jesus como sendo um “rico honesto e de boas intenções”. Logo
se torna um discípulo respeitado e presente em momentos cruciais, como na morte
de Jesus, quando “quase todos”
apóstolos se acovardam.
Se formos bem criteriosos veremos que o ministério de Jesus, bem como de
alguns de seus seguidores, fora mantido por homens de posses como “Nicodemos”.
No entanto, uma lição é bem singular na vida de Nicodemos e que devemos
‘respeitar’, vejamos:
João 3.1-2
1. Ora, havia entre os fariseus
um homem chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus.
2. Este foi ter com Jesus, de
noite, e disse-lhe: Rabi, sabemos que és Mestre, vindo de Deus; pois ninguém
pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele.
Nicodemos “busca a Jesus de
noite”. Isso mostra uma preocupação de Nicodemos – Ser exposto.
Essa é uma questão que devemos aprender com este homem: “há pessoas que não gostam de serem expostas”.
E esse fato tem sido ponto para a Igreja de Jesus refletir! Jesus não “gritou: Olha pessoal... quem está aqui!”
Não! Pelo contrário. Jesus respeitou sua privacidade e teve um diálogo secreto
com Nicodemos.
Um problema comum que os “mais ricos” tem com o evangelho é que – “Nós brasileiros, não sabemos ser discretos e
silenciosos quanto à privacidade de pessoas famosas e ricas ou até mesmo
influentes e conhecidas”. Se um artista aparece na igreja... Logo tem uma turma
tirando fotos com ele, pegando em sua mão, fazendo elogios... Etc.”
Repito – “Pessoas gostam de
privacidade e discrição!” E Nicodemos nos ensina essa verdade. Como a
pessoa que busca isso, geralmente é bem de vida financeira, então rotulamos
como “metido e riquinho”.
Algo importante nessa história do discípulo Nicodemos é que o vemos
depois, publicamente! Ou seja, aos poucos, Nicodemos foi se permitindo aos
discípulos. Aprendemos outra coisa – “Pessoas
precisam do seu tempo para fazer suas escolhas.” Cada um tem seu tempo
de conversão, de comunhão. Isso não
tem haver com “ter dinheiro”. Isso tem haver com “liberdade de cada
um”.
A posição social exigia dele mais cautela em demonstrar seus medos,
dúvidas, receios e até mesmo, fé. Não julgue os outros por você mesmo! Cada um
tem uma responsabilidade diferente do outro. Cada um tem seu “próprio tempo”.
Não podemos esperar que as pessoas reajam como nós reagiríamos, porque as
atitudes são julgadas de acordo com a posição social. Não espere, por exemplo,
que um juiz decida por Cristo como um cidadão menos informado e desacostumado a
“averiguar, investigar, analisar fatos, refletir sobre resultados”. Assim, cada
pessoa reage de acordo com a forma como suas decisões terão implicações outras.
A privacidade é tão importante que o próprio Deus nos deu “pensamentos”.
Os pensamentos são a forma que Deus encontrou de nos mantermos em “privacidade”
ainda que em meio a muitos. Ninguém invade nossos pensamentos. A não ser o
próprio Deus. Mas, cá pra nós, Deus sabe ser discreto!
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