1 Coríntios 3.12-15
12. E, se alguém sobre este fundamento levanta um edifício de ouro,
prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha,
13. a obra de cada um se manifestará; pois aquele dia a demonstrará,
porque será revelada no fogo, e o fogo provará qual seja a obra de cada um.
14. Se permanecer a obra que alguém sobre ele edificou, esse receberá
galardão.
15. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele prejuízo; mas o tal será
salvo todavia como que pelo fogo.
Já aprendemos
que os ímpios e justos serão julgados pelo
mesmo padrão de justiça perfeito – o de Deus. Não haverá facilitações ou
privilégios para aqueles que são crentes. Aprendemos também que, o
julgamento dos que crêem já começa desde o dia de nossa conversão a Jesus
Cristo (“Lembra-te, pois, donde caíste, e arrepende-te, e
pratica as primeiras obras” – Ap 2.5).
Pedro chegou a afirmar que o julgamento começa pela Igreja e já começou. I Pedro 4.17 – “Porque já é
tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e se começa por nós, qual será
o fim daqueles que desobedecem ao evangelho de Deus?”. Aprendemos que essa
verdade aparece em Apocalipse quando o apóstolo João vê Jesus passeando nas
igrejas antes de iniciar seu julgamento. Se por um lado não temos privilégios,
por outro lado Jesus assume pagar tudo aquilo que passar de nossas forças.
Apocalipse 3.8
“Conheço as tuas obras ( eis que tenho posto diante de ti uma porta
aberta, que ninguém pode fechar ), que tens pouca força, entretanto guardaste a
minha palavra e não negaste o meu nome.”
Hoje queremos discutir algo que fortalece nosso sentimento de gratidão
pela graça de Deus (Graça = favor
imerecido). As Escrituras ensinam que Deus, além de fornecer salvação pela
graça, também nos ofertará com GALARDÃO pelas obras. (Galardão= prêmio, recompensa).
No texto lido (1 Coríntios
3.12-15) Paulo parece confirmar que haverá “níveis de galardão para cristãos”. Isso também aparece em outra
parte da carta aos Coríntios:
2 Coríntios 5.10
“Porque é necessário que todos nós sejamos manifestos diante do tribunal
de Cristo, para que cada um receba o que fez por meio do corpo, segundo o que praticou, o bem ou o mal.”
Mais uma vez implicando graus de recompensa para o
que tivermos feito nesta vida.
Outra passagem
nos ensina isso - o evangelho de Lucas:
Lucas 19.17-24
16. Apresentou-se, pois, o primeiro, e disse: Senhor, a tua mina rendeu
dez minas.
17. Respondeu-lhe o senhor: Bem está, servo bom! porque no mínimo foste
fiel, sobre dez cidades terás autoridade.
18. Veio o segundo, dizendo: Senhor, a tua mina rendeu cinco minas.
19. A este também respondeu: Sê tu também sobre cinco cidades.
20. E veio outro, dizendo: Senhor, eis aqui a tua mina, que guardei num
lenço;
21. pois tinha medo de ti, porque és homem severo; tomas o que não
puseste, e ceifas o que não semeaste.
22. Disse-lhe o Senhor: Servo mau! pela tua boca te julgarei; sabias que
eu sou homem severo, que tomo o que não pus, e ceifo o que não semeei;
23. por que, pois, não puseste o meu dinheiro no barco? então vindo eu,
o teria retirado com os juros.
24. E disse aos que estavam ali: Tirai-lhe a
mina, e dai-a ao que tem as dez minas.
Jesus usa de uma parábola (história ilustrativa) para demonstrar a justiça de Deus para com os
atos de cada um. Fica claro que nossos atos serão base para galardão.
ILUSTRAÇÃO EQUIVOCADA:
- Dizem que “aqueles que forem galardoados receberão coroas e que cada
alma conquistada para Jesus será representada por uma pedra”. Durante tempos
isso vem entristecendo crentes que não tem ministério evangelístico.
Mas, aqui devemo-nos guardar contra equívocos:
mesmo que haja níveis de galardão no céu, a alegria de cada pessoa será plena e
completa por toda a eternidade. Se perguntarmos como isso será possível quando
há diferentes níveis de galardão, isso simplesmente mostra que nossa percepção de felicidade se baseia na
pressuposição de que ela depende das coisas que possuímos ou da posição ou
poder que temos. Na realidade, porém, a verdadeira felicidade consiste em
deleitar-se em Deus e alegrar-se na posição e no reconhecimento que ele nos
deu. A insensatez da idéia que só os que recebem grandes recompensas e posição elevada
serão plenamente felizes no céu fica evidente quando percebemos que não importa
quão grande o prêmio que recebemos, haverá sempre pessoas com galardão maior ou
com posição ou autoridade mais elevados, incluindo os apóstolos, as criaturas
celestiais, Jesus Cristo e o próprio Espírito Santo e o Pai. Portanto, se uma
posição mais elevada for essencial para plena felicidade das pessoas, ninguém a
não ser o próprio Deus seria plenamente feliz no céu, o que é com certeza uma
idéia errada.
Conceber certas características do orgulho e
vaidades humanas no céu é, por si, um erro.
Apocalipse 21.4
“Ele enxugará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem
haverá mais pranto, nem lamento, nem dor; porque já as primeiras coisas são
passadas.”
“Deus enxuga
as lágrimas”, é o mesmo que dizer: “Deus
não permitirá que você chore ou sofra mais e por qualquer razão – até por
ciúme, inveja, orgulho, depressão, etc...” definitivamente, no céu não
haverá espaço para sofrimento tão humano.
Uma passagem poderá nos ajudar um pouco mais na
compreensão do galardão.
Mateus 22.30
“pois na ressurreição nem se casam nem se dão em casamento; mas serão
como os anjos no céu.”
Embora o que
está em discussão nessa passagem seja casamento, o texto nos oferta uma informação
importante: “A ressurreição nos tornará
semelhante aos anjos no céu”(Lucas 20.36 - “porque já não podem mais
morrer; pois são iguais aos anjos, e são filhos de Deus, sendo filhos da
ressurreição”). É bom saber isso! Pois, os anjos são habitantes do céu e vivem
em harmonia com Deus, são felizes e desfrutam das delícias do céu. E como são os anjos? Isso nos
dará informações sobre o galardão.
1.
São seres espirituais – Podemos ver como parte do nosso galardão, a transformação de nossos
corpos a semelhança do dos anjos. Porque Paulo disse que “esse corpo é corruptível” (se deteriora, adoece, estraga, se fere,
sofre...). Logo, um novo corpo é parte do prêmio, porque não sofreremos mais
essas mazelas da vida humana.
2.
São classificados por funções – Mais uma vez, isso é bênção! Veja: os anjos
recebem funções e poderes diferentes no céu (Querubim, Serafim, Arcanjo, Anjo,
Tronos, etc...) No entanto são completamente felizes. Assim também será com o
crente galardoado – feliz na condição nova, seja ela qual for.
3.
São poderosos – A Bíblia fala dessa capacidade extraordinária dos anjos. E isso lhes
foi dado por Deus pela fidelidade de suas obras de obediência a Deus. Assim
será com cada crente.
4.
Desfrutam a presença de Deus – Deleitam-se com sua posição de estar na
presença de Deus. Isso é fundamental. Não importa a posição mas apenas o
privilégio de se prostrar diante do trono para adorá-lo.
Se recebêssemos esse ensino bíblico com o coração aberto seríamos
beneficiados moral e espiritualmente. Porque nossa consciência de galardão no
céu, ao em vez de nos levar a competir, nos levaria a trabalhar por todos, nos
motivaria a ajudar e encorajar uns aos outros para que todos possamos aumentar
nosso galardão celestial, pois Deus tem capacidade infinita para conceder a
cada um de nós, e somos membros uns dos outros (1 Co 12.26-17). Prestaríamos mais atenção a admoestação do autor de
Hebreus.
Hebreus 10.24-25
24. e consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às
boas obras,
25. não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes
admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai
aproximando aquele dia.
Além disso, em nossa busca por um futuro galardão celestial nos
motivaria a trabalhar de maneira intensa para o Senhor em qualquer tarefa para
a qual ele nos chamar, grande ou pequena, remunerada ou não. Também nos faria
ansiar por sua aprovação em lugar de riqueza e sucesso. Também não
trabalharíamos pelo galardão (prêmio) sabendo que ir para o céu já faz parte do
prêmio que não merecemos, e que estar ao lado do Senhor é por si o maior
prêmio.
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