quarta-feira, 30 de abril de 2014

Os Ricos e o Reino de Deus - Mateus


Mateus 9.9-13
9. Partindo Jesus dali, viu sentado na coletoria um homem chamado Mateus, e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu.
10. Ora, estando ele à mesa em casa, eis que chegaram muitos publicanos e pecadores, e se reclinaram à mesa juntamente com Jesus e seus discípulos.
11. E os fariseus, vendo isso, perguntavam aos discípulos: Por que come o vosso Mestre com publicanos e pecadores?
12. Jesus, porém, ouvindo isso, respondeu: Não necessitam de médico os sãos, mas sim os enfermos.
13. Ide, pois, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifícios. Porque eu não vim chamar justos, mas pecadores

LOCALIZE-SE:
aprendemos o papel de um republicano (cobrador de impostos) quando estudamos sobre a participação de Zaqueu na história de Jesus. Ali vimos que um cobrador de impostos era alguém que adquiriu grande riqueza de forma ‘legal’ mas, ao mesmo tempo, ‘imoral’. Pois a riqueza era fruto de uma cobrança exagerada, de juros abusivos e até de taxas inventadas. Zaqueu reconheceu isso e nos deu uma lição de “arrependimento e reconhecimento” daquilo que chamamos: Justiça social.
Agora encontramos outro republicano – O apóstolo Mateus. Algumas coisas não falamos (propositalmente) sobre a realidade de um republicano. Então, aí vai! Um republicano pode ser visto como “uma pessoa de condição financeira invejável. Eram pessoas que ostentavam sua riqueza adquirindo imóveis caros, tendo a seu serviço um número grande de escravos e servos, possuindo muitas propriedades. Isso fazia deles participantes daquilo que chamamos ‘nata da sociedade’”. Isso implica, também, em muitas outras questões importantes, como por exemplo: “ser um republicano significa fazer parte de um grupo seleto e especial, participar de uma vida regalada, freqüentar festas da alta sociedade, ser admirado, favorecido e até invejado. Uma vida realmente boa”.
Na cena que encontramos no texto acima é claro observar que Mateus tomou a decisão de seguir a Jesus. E o texto sugere que isso ocorreu imediatamente. Que Mateus parecia encontrar em Jesus algo que desejava, e, logo o seguiu.
Mais que qualquer um outro discípulo de Jesus, Mateus teve uma idéia clara de quanto lhe custaria seguir a Jesus. Talvez, uma noção maior que nós que agora lemos estas linhas! Contudo não vacilou, por um momento sequer. Quando deixou seu posto de cobrador de impostos, ficou ‘imediatemente’ desempregado. Quem daria emprego a um opressor? Um de seus conhecidos extorquidos? Ou o filho de alguém que prejudicou? Ou alguém que se sentiu prejudicado por um imposto indevido e abusivo de Roma? Certamente, ninguém faria isso. Para outros discípulos havia a possibilidade de voltar à pesca, ou a concertar objetos, ou fazer jarros, ou plantar trigo, mas para Mateus não havia possibilidade.
Quando Mateus decidiu seguir a Jesus, duas mudanças ocorreram. Primeiro, Jesus deu-lhe uma nova vida. Isso significa na prática que Mateus passou a enxergar a vida de uma forma diferente, seus valores e princípios tornaram-se outros. Jesus não só lhe inseriu em um ‘novo grupo’, mas Mateus pertencia agora a Jesus. Não somente aceitava um estilo de vida diferente, como, agora, era uma pessoa diferente. Não havia mais banquetes preparados para Mateus, nem tampouco freqüentava festas importantes, ou sequer se assentava com os importantes. Mas, seus banquetes passaram a ser simples, às vezes somente ‘água e pão’. As pessoas com que se assentava a mesa eram de classes marginalizadas e desprezadas da sociedade judaica. Ser como Mateus e seus novos amigos ‘não era o sonho de um garoto de Israel’.
Pergunto-me, quantos de nós seriam capazes de aceitar tamanha mudança em seu estilo de vida por fé? Qual de nós não reclamaria por ter sido esquecido em uma lista de convidados depois da conversão? Quem não choraria ao travesseiro a dor de ter sido abandonado pelos amigos e familiares depois de se tornar cristão? Mateus tornou-se um crente exemplar para nós! Ele abriu mão de tudo que representa ‘respeito e conforto’ por Jesus.
Outra mudança ocorreu na vida de Mateus, Jesus deu um novo propósito para aplicação de suas  habilidades. Ao seguir Jesus a única ferramenta que carregava era uma ‘pena’ (instrumento de escrita antigo). Mateus possuía grandes habilidades com a ‘pena’, pois a utilizava nas anotações e extensos relatórios que prestava a Roma. Deus não desprezou suas habilidades. Jesus fez dele um guardião de registros. O chamado de Jesus permitiu a Mateus empregar suas habilidades da melhor maneira possível. Como grande observador que era, pois seu ofício exigia essa habilidade também, Mateus conseguiu guardar situações e registrá-las com precisão. Nada que passou a seu redor durante os anos de vida com Jesus passaram despercebidos.
Vale à pena fazer uma pergunta: “Quando Mateus desenvolveu essas habilidades?” Certamente a resposta é clara: “Ao longo da vida”. Então só podemos concluir algo importante – Deus preparou Mateus para o fim que teve como apóstolo. Isso me leva a concluir outra verdade: “A vida de ninguém é uma história sem propósito”. Nossas habilidades usadas no ‘mundo’ podem ser úteis na divulgação do Evangelho! Nenhuma habilidade deve ser desprezada.
A experiência de Mateus indica que a vida de cada um de nós, desde o início, pode ser considerada obra de Deus em andamento. Deus concede muitos dons, mesmo antes de sermos capazes de responder conscientemente a seu chamado.

JEREMIAS 1.5
“Antes que eu te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre te santifiquei; às nações te dei por profeta”

Deus, antecipadamente, confia a nós capacidades e habilidades. Ele dotou cada um para ser seu servo. Vemos essa verdade revelada na obra da construção dos utensílios para o Tabernáculo em toda a complexidade que Deus ‘desenhou’ para Moisés. Símbolo complicado que Deus explicou a Moisés em detalhes, mas não deu a ele nenhuma ‘visão’ de como era. No entanto Bezalel deu todo entendimento para isso.




ÊXODO 31.1-11
1. Depois disse o Senhor a Moisés:
2. Eis que eu tenho chamado por nome a Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá,
3. e o enchi do espírito de Deus, no tocante à sabedoria, ao entendimento, à ciência e a todo ofício,
4. para inventar obras artísticas, e trabalhar em ouro, em prata e em bronze,
5. e em lavramento de pedras para engastar, e em entalhadura de madeira, enfim para trabalhar em todo ofício.
6. E eis que eu tenho designado com ele a Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã, e tenho dado sabedoria ao coração de todos os homens hábeis, para fazerem tudo o que te hei ordenado,
7. a saber: a tenda da revelação, a arca do testemunho, o propiciatório que estará sobre ela, e todos os móveis da tenda;
8. a mesa com os seus utensílios, o candelabro de ouro puro com todos os seus utensílios, o altar do incenso,
9. o altar do holocausto com todos os seus utensílios, e a pia com a sua base;
10. as vestes finamente tecidas, as vestes sagradas de Arão, o sacerdote, e as de seus filhos, para administrarem o sacerdócio;
11. o óleo da unção, e o incenso aromático para o lugar santo; eles farão conforme tudo o que te hei mandado.


A pergunta segue o mesmo princípio: “Como Bezalel sabia interpretar uma arte tão complexa?” A resposta é incrível: “O Egito o treinou na confecção de deuses pagãos e templos faraônicos!” Fica claro que a vida de Bezalel, assim como a de Mateus foi um projeto de Deus em andamento, até que encontraram seu sentido no encontro com Deus.
Mateus não podia imaginar que Deus usaria as mesmas habilidades que ele havia refinado como cobrador de impostos para registrar a mais grandiosa e gloriosa história vivida. E Deus não tem um propósito menos significativo para cada um de nós.

Você já reconheceu a voz de Jesus dizendo “siga-me”? Você está entendendo agora como pode ser útil no serviço de Deus? Você está percebendo que sua vida é um lindo plano de Deus em andamento? Qual vai ser sua resposta? Mateus disse: “Eis-me aqui, Senhor.” Isaías (outro profeta) disse: “Usa-me a mim”.

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